Meu total desconhecimento sobre este lugar (perdoem-me a ignorância) parece ter feito tudo ainda mais incrível. A cidade de Petra, na Jordânia, definitivamente é uma experiência por si só.
Considerada uma das sete maravilhas do mundo, a terra dos Nabateus (quem já estudou a bíblia ouviu falar deles) é também conhecida como “Rose-Red City” pela cor vibrante de suas rochas. A medida em que vai se conhecendo a cidade os guias vão contando a respeito da história desta civilização, que viveu aqui no primeiro século antes de Cristo. É impressionante a forma como conduziam a água, sinalizavam os caminhos para o comércio e celebravam cerimônias. Toda a história está ali, preservada e estampada nas rochas apesar dos terremotos que destruíram a cidade.
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A grande atração — a Câmara do Tesouro — se revela aos turistas depois de certo tempo de caminhada. A primeira visão do tesouro pela fresta das rochas já nos faz sorrir e suspirar de ansiedade. Nosso guia tornou o suspense ainda maior, nos fazendo andar os últimos metros de olhos fechados.
Muito já se disse a respeito do suposto tesouro de Petra. O lugar inclusive já foi cenário de vários filmes explorando sua mística. Creio que Indiana Jones e a Última Cruzada tenha sido o mais icônico deles. Até hoje não está claro o propósito da Câmara do Tesouro. Alguns arqueólogos acreditam ser um templo, outros uma espécie de biblioteca. Dizia a lenda ser uma urna funerária, contendo o tesouro de um faraó. O mistério persiste.
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Sabe-se, contudo, que seus edifícios com arabescos eram o lugar para guardar os mortos e as construções mais simples, de paredes lisas, as casas. Uma curiosidade das construções com arabescos são desenhos em forma de escadas subindo e descendo na parte superior, em ambos os lados. Como acreditavam que os espíritos retornavam, as construções eram feitas com escadas para que as almas pudessem subir e descer.
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Tudo parece ter sido pensando pelos engenheiros mais habilidosos. O local das construções, de forma a aproveitar o melhor da iluminação e não sofrer o desgaste do vento (percebe-se que funcionou muito bem), a acústica dos teatros (sim, existem ainda teatros da cidade que podem ser visitados) e a sutiliza da arquitetura talhada delicadamente nas rochas.
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Inacreditavelmente, segundo nosso guia, as cavernas não podem ser visitadas por serem ainda habitadas. Os beduínos que vivem no deserto realmente as utilizam como moradia.
Ali você tem a impressão de que o tempo parou.
Não parece haver uma estrutura moderna ou exterior corrompendo a história do lugar. Os próprios beduínos levam os turistas, guias locais fazem as explicações e comerciantes vendem artesanatos em tendas ou tapetes no chão, ao estilo da época.
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Pode parecer um pouco rústico para quem busca uma experiência Disney, mas para mim este é justamente o tesouro. Sempre que estou em algum lugar assim tão especial saio dando uma última olhada, tentando capturar cada sensação e me perguntando se terei a chance de encontrá-lo mais uma vez.
Petra fica a 240 km ao sul da capital da Jordânia, Amman, ou 120 km ao norte de Aqaba, no mar morto. O passeio é um pouco longo (cerca de 4 Km até o Tesouro e 8 Km até o Museu), mas nada que tênis confortáveis, água e filtro solar não resolvam. Se preferir é possível também ir e voltar em pequenas carruagens. Aqui você encontrará todas as informações necessárias para o seu passeio: endereço, distâncias, preços, horários e histórias.